O SONICA EKRANO é um festival de cinema documental dedicado a músicas, músicos, sons e movimentos nas margens da massificação e da popularidade, providenciando acesso a filmes excepcionais que retratam artistas, sons e movimentos locais e globais que tantas vezes passam por entre os interstícios da ampla oferta audiovisual dos nossos dias - porque continua a ser longe dos holofotes mediáticos que tantas vezes se vai criando a história, tanto no presente como em passados que, por vezes, demoram décadas a ser (re)conhecidos.
A quarta edição do festival oferece um espaço de oportunidade para assistir a obras cinematográficas às quais – mesmo na era das plataformas digitais – o acesso é limitado, num contributo mais em prol da inclusão audiovisual, atendendo à diversidade geográfica e ao equilíbrio entre perspectivas históricas e narrativas contemporâneas.
O nome SONICA EKRANO, que significa, em esperanto, “Tela de Som”, procura reflectir a música e o cinema enquanto “linguagens universais”, homenageando simultaneamente a forte tradição esperantista em ambas as margens do Tejo, em particular no Barreiro e em Lisboa, que acolhem o festival entre os dias 11 e 19 de Abril.
Ao longo de 33 sessões, divididas entre a ADAO, o Cineclube do Barreiro e Casa do Comum, apresentamos 23 filmes, dos quais onze, todos em estreia nacional, integram uma Secção Competitiva, pela primeira vez na história do festival - com o vencedor a ser decidido pelo público.
O programa de 2025, considerando quer a secção competitiva, quer as selecções especiais quer as curtas-metragens (que também este ano se estreiam no SONICA EKRANO) possibilita pensar em alguns fios temáticos: a improvisação, as profundas ligações de amizade associadas ao fazer Música, o lugar das comunidades e indivíduos migrantes, a problemática da Música e (d)eficiência, ou a dança como manifestação política.
Regressam também as festas de abertura e encerramento, os concertos e as sessões de escuta colectiva - não que o cinema não seja, em si, uma festa, mas um festival dedicado por inteiro à Música merece evidentemente celebrá-la em comunhão.
Que seja uma edição de encontros, de descobertas, e de fortalecimento de vínculos com a Música, com a Arte, com o Progresso Humano: que tudo é frágil e está sob ameaça permanente já o sabemos na teoria, mas a praxis dos tempos que atravessamos grita-nos alto que a empatia, as lições da História e o (re)conhecimento do Outro têm de ser, todos os dias, cultivados.